Em 2008, autoridades croatas se depararam com uma cena que chocou o país: o corpo mumificado de uma mulher foi encontrado em um pequeno apartamento no sótão de um prédio residencial em Zagreb, capital da Croácia. Hedviga Golik, enfermeira nascida em 1924, teria morrido 42 anos antes sem que ninguém percebesse sua ausência.
A descoberta só ocorreu quando o síndico do edifício precisou realizar obras no prédio e tentou, sem sucesso, contato com a moradora. Diante da falta de resposta e do imóvel fechado havia décadas, o local foi arrombado. Lá dentro, encontraram Hedviga deitada na cama, coberta por cobertores, com uma xícara de chá ao lado e a televisão ainda ligada.
Conhecida pelos vizinhos como uma pessoa solitária e reclusa, Hedviga evitava qualquer contato social. Segundo relatos da época, ela utilizava um balde preso a uma corda para enviar sua lista de compras a vizinhos mais solícitos, sem jamais sair de casa. Seu apartamento tinha apenas 18 metros quadrados e ficava no sótão de um prédio de quatro andares.
Quando desapareceu nos anos 1960, muitos moradores acreditaram que ela havia se mudado discretamente. O imóvel permaneceu fechado e esquecido até que, mais de quatro décadas depois, a reforma do prédio revelou a cena insólita.
A autópsia não conseguiu determinar a causa exata da morte, mas indicou que Hedviga teria falecido durante uma estação fria, o que facilitou a mumificação natural do corpo. O caso ficou marcado na história recente de Zagreb como símbolo de abandono social e do isolamento humano em grandes cidades.