Mesmo com uma leve redução em 2024, Mato Grosso continua apresentando uma das maiores taxas de mortes violentas intencionais do país. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, publicado nesta quinta-feira (24), o estado registrou 1.142 vítimas no ano passado.
Isso corresponde a uma taxa de 29,8 mortes por 100 mil habitantes — número acima da média nacional, que ficou em 20,8, e também superior à média da região Centro-Oeste, de 19,5.
Os dados mostram que houve uma queda em relação a 2023, quando o índice mato-grossense foi de 30,7 por 100 mil, mas a taxa ainda está entre as mais elevadas do país. O levantamento, feito anualmente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, considera diferentes formas de violência letal, como homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes provocadas por intervenção policial.
Enquanto Mato Grosso ainda enfrenta altos índices, o Brasil como um todo teve, em 2024, o menor número de mortes violentas desde 2012. Foram 44.127 vítimas no país, representando uma redução de 5,4% em comparação com o ano anterior.
O histórico do estado mostra que os níveis de violência letal variam com o tempo, mas seguem elevados. O pico foi registrado em 2014, com uma taxa de 42,8 por 100 mil habitantes. Nos anos de 2020 a 2022, os índices ficaram abaixo de 30, mas voltaram a crescer em 2023 e se mantiveram altos no ano seguinte.
ESTUPRO DE VULNERÁVEL
O anuário também revela que o Brasil bateu em 2024 o recorde histórico de registros de estupros e estupros de vulnerável. Foram 87.545 vítimas ao longo do ano, o maior número desde o início da série histórica. A taxa nacional chegou a 41,2 casos por 100 mil habitantes — o que significa que, a cada grupo de 100 mil pessoas, quase 42 foram vítimas de estupro.
Desse total, 76,8% dos registros envolviam vítimas consideradas vulneráveis, como crianças, adolescentes ou pessoas incapazes de se defender. A maioria esmagadora das vítimas era do sexo feminino (87,7%), com destaque também para o recorte racial: 55,6% das vítimas eram negras.
Em Sorriso, no norte do Estado, os números de estupro de vulnerável chegam a 131,9 pessoas a cada 100 mil pessoas, figurando em segundo lugar como a cidade em que mais se estupram crianças no país.
Os dados mostram ainda que a maior parte dos crimes ocorreu dentro da própria casa (65,7%) e, em muitos casos, praticados por pessoas próximas. Segundo o levantamento, 45,5% dos agressores eram familiares diretos, e 20,3% eram parceiros ou ex-parceiros das vítimas.
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