A Polícia Federal (PF) intensificou as investigações e conseguiu desarticular uma quadrilha que vinha produzindo semissubmersíveis para o transporte de drogas entre continentes. A organização criminosa, instalada na Ilha do Marajó, no Pará, construía embarcações adaptadas para traficar grandes quantidades de cocaína pelo Oceano Atlântico, tentando escapar da fiscalização.
Em março deste ano, uma embarcação de 18 metros foi interceptada em águas portuguesas, carregando mais de seis toneladas de cocaína. Cinco tripulantes foram presos, entre eles três brasileiros. A partir dessa apreensão, a PF identificou que a embarcação havia sido fabricada na Ilha do Marajó, conhecida por sua tradição na construção de barcos de madeira.
Com o apoio da Polícia Nacional da Espanha e da Polícia Judiciária de Portugal, as investigações avançaram e revelaram que o mesmo grupo criminoso estava prestes a lançar um segundo semissubmersível, com capacidade para realizar travessias transoceânicas.
No fim de maio, uma operação conjunta entre a Polícia Federal, a Força Aérea Brasileira e a Marinha do Brasil resultou na primeira apreensão de um semissubmersível no país. A embarcação já estava pronta para zarpar em uma nova rota internacional.
Segundo o delegado Osvaldo Scalezi Júnior, chefe da Divisão de Repressão a Drogas da PF, as embarcações são adaptadas com técnicas avançadas, incluindo encapsulamento em fibra de vidro, lastreamento com cimento para manter a embarcação no nível da água, e a instalação de equipamentos eletrônicos de geolocalização.
“O uso de semissubmersíveis dessa magnitude é incomum no Atlântico e demonstra o alto grau de conhecimento técnico dos envolvidos, que dominam tanto a construção quanto a operação dessas embarcações”, destacou o delegado.
Essa apreensão inédita representa um duro golpe ao narcotráfico internacional, reforçando a importância da cooperação entre as forças de segurança brasileiras e internacionais para desmantelar essas sofisticadas organizações criminosas.