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BRASIL Segunda-feira, 28 de Abril de 2025, 13:47 - A | A

Segunda-feira, 28 de Abril de 2025, 13h:47 - A | A

FRAUDES EM LICITAÇÃO

Governo Federal firma contrato de R$ 328 milhões com empresa investigada pela PF e CGU

O acordo prevê a terceirização de 1.216 funcionários para atender 12 ministérios, em um dos maiores certames do setor nos últimos anos

 

 

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) assinou um contrato de R$ 328 milhões com a Esplanada Serviços Terceirizados LTDA, alvo de investigação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) por suspeita de fraudes em licitações no governo federal. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles.

O acordo prevê a terceirização de 1.216 funcionários para atender 12 ministérios, em um dos maiores certames do setor nos últimos anos. Inicialmente válido por três anos, o contrato pode ser prorrogado por até uma década.

Apesar das investigações em curso, o MGI, comandado pela ministra Esther Dweck, defendeu a contratação. Em nota oficial, o ministério afirmou que a empresa não possui sanções ou impedimentos legais que barrassem sua participação. Segundo o órgão, todas as cautelas foram adotadas antes da homologação, com a documentação analisada conforme o edital e a legislação vigente.

A Esplanada foi alvo de mandados de busca e apreensão em fevereiro deste ano, durante a Operação Dissímulo, que apura um suposto esquema de simulação de concorrência e manipulação de licitações públicas. No mesmo inquérito, aparecem a R7 Facilities — empresa já investigada por estar registrada em nome de laranja e ligada ao ex-deputado distrital Carlos Tabanez — e outros grupos do setor.

Dois fatos reforçam as suspeitas de ligação entre a Esplanada e o grupo investigado: a distribuição de panetones com o busto de Tabanez a funcionários da Esplanada e a ausência de recurso da empresa contra a inabilitação da R7 Facilities no próprio certame do MGI.

Questionado, André Luis Silva de Oliveira, proprietário da Esplanada, negou qualquer vínculo comercial com Tabanez, mas admitiu ter distribuído os panetones durante uma campanha política do ex-deputado. “Eu ganhei os panetones. Era na época de campanha dele. Ele queria divulgar [o nome] e doou panetones para várias empresas”, disse.

Sobre a operação policial, o empresário declarou inocência e afirmou que a PF apreendeu apenas celulares e um computador. “Não tenho nada a esconder”, afirmou.

A homologação do contrato, oficializada em 17 de março, reacende o debate sobre a fragilidade dos mecanismos de integridade nas contratações públicas, principalmente em certames de alto valor. Especialistas alertam que, mesmo sem sanções administrativas, o histórico de investigados em contratos dessa magnitude representa riscos reputacionais e operacionais para a administração pública.

 

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