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BRASIL Segunda-feira, 28 de Abril de 2025, 13:08 - A | A

Segunda-feira, 28 de Abril de 2025, 13h:08 - A | A

AUMENTO DE 329%

Degradação florestal na Amazônia bate recorde nos últimos dois anos

O agravamento ambiental acontece justamente no ano em que o Brasil sediará a COP30

 

 

A degradação florestal na Amazônia alcançou níveis históricos nos últimos dois anos, evidenciando um cenário alarmante de deterioração ambiental. Entre agosto de 2023 e março de 2025, a área degradada saltou de 7.925 km² para impressionantes 34.013 km² — um aumento de 329%, segundo levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Este é o maior índice desde o início da série histórica, em 2008.

Diferentemente do desmatamento, que elimina completamente a vegetação, a degradação resulta na perda parcial da cobertura florestal, geralmente provocada por queimadas e exploração predatória. O Imazon atribui a alta expressiva principalmente às queimadas de grandes proporções que atingiram a região entre setembro e outubro de 2024.

Pará Lidera os Índices de Degradação

Responsável por 91% da degradação registrada em março de 2025, o Pará concentrou 188 km² de floresta degradada no período. Maranhão e Roraima aparecem na sequência, com 9 km² e 8 km², respectivamente, enquanto Mato Grosso completa a lista, com 1 km².

Embora março de 2025 tenha apresentado queda em relação ao mesmo mês de 2024 — quando foram degradados 2.120 km² —, o acumulado aponta uma tendência persistente de deterioração ambiental na Amazônia.

Queimadas Recordes Intensificam a Crise

Os números de queimadas em 2024 também chamam atenção. Segundo o MapBiomas, mais de 30,8 milhões de hectares foram incendiados no país entre janeiro e dezembro — um aumento de 79% em comparação a 2023. A área devastada supera o território de países inteiros, como a Itália, evidenciando a gravidade da situação.

Além de ameaçar a biodiversidade e as comunidades locais, a degradação florestal e as queimadas agravam a emissão de gases de efeito estufa, aprofundando a crise climática global.

Pressão Internacional às Vésperas da COP30

O agravamento ambiental acontece justamente no ano em que o Brasil sediará a COP30 — a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima — entre 10 e 21 de novembro, em Belém (PA). A escolha da capital paraense simbolizou a expectativa de protagonismo brasileiro na preservação da Amazônia.

No entanto, os números de degradação e queimadas colocam em xeque a credibilidade dos compromissos ambientais assumidos pelo governo. Ambientalistas e especialistas alertam que a discrepância entre o discurso oficial e os resultados práticos poderá comprometer a liderança brasileira nas negociações climáticas e enfraquecer sua posição na agenda ambiental global.

 

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