O renomado chef de cozinha Fernando Mack, responsável pelo restaurante Brasido, em Cuiabá, enfrenta uma crise sem precedentes.
Segundo inquérito da Polícia Civil, Mack apresentou aos investidores uma planilha alegando que o restaurante não teve lucro durante todo o ano de 2023, apesar de um faturamento médio mensal estimado em R$ 1,1 milhão.
A informação consta em representações criminais feitas pelo professor Flávio Henrique dos Santos Foguel e pelo advogado Pedro Paulo Peixoto da Silva Junior, que acusam Mack de estelionato.
O grupo, que afirma ter investido R$ 2,8 milhões no restaurante inaugurado em dezembro de 2022, alega ter sido surpreendido com números que consideram "inconsistentes" e "improváveis".
"É muito estranho e improvável que um restaurante com faturamento médio de mais de R$ 1,1 milhão por mês termine o ano sem lucro", destacou Foguel, que afirma ter investido R$ 276,6 mil, além de um imóvel, no empreendimento. Pedro Paulo relata aporte de R$ 250 mil.
Segundo os investidores, a apresentação das contas sofreu sucessivos adiamentos e, quando finalmente realizada, em dezembro de 2023, contou apenas com uma planilha de Excel, sem documentos contábeis que comprovassem despesas e receitas. "Mack ainda culpou a contabilidade pela falta de documentos, mas sem qualquer comprovação real", criticou o advogado Pedro Paulo.
Além deles, também acusam o chef de irregularidades os investidores Gabryel Stayt Albaneze e sua esposa, Sinaira Marcondes Moura de Oliveira Albaneze (R$ 847,7 mil), o advogado Marcelo Ambrósio Cintra (R$ 250 mil), a empresária Darci de Souza Iponema Brasil (R$ 500 mil) e o empresário Carlos Diógenes Ghiorzi (R$ 750 mil).
Entre as principais denúncias, os investidores apontam que Mack misturava recursos pessoais e empresariais, caracterizando uma "confusão patrimonial". Segundo depoimento de Gabryel Stayt à Polícia Civil, pagamentos do restaurante eram feitos através da conta pessoal do chef.
Além disso, relatos indicam que a esposa de Mack teria passado a ostentar um estilo de vida mais luxuoso, com bolsas de grife, roupas caras e viagens internacionais.
O caso está sob apuração do delegado Bruno Mendo Palmiro, da Delegacia Especializada de Estelionato de Cuiabá.