Antônio Gomes da Silva, autor confesso dos disparos que tiraram a vida do advogado Roberto Zampieri, surpreendeu as autoridades com a maneira calculada com que se aproximou da vítima.
Disfarçado de padre, ele marcou encontros com o advogado em diferentes ocasiões, chegando a comparecer ao escritório de Zampieri um dia antes do crime, usando boina e bengala como parte do disfarce.
As investigações da Polícia Federal, no âmbito da 7ª fase da Operação Sisamnes, revelaram que Antônio já planejava matar o advogado anteriormente, com o uso de uma marreta.
A execução, no entanto, só foi consumada após a tentativa frustrada numa propriedade rural, quando Zampieri enviou outra pessoa em seu lugar.
Foi após esse revés que Antônio solicitou uma arma de fogo ao comparsa Hedilerson Fialho Martins e, na noite de 5 de dezembro de 2023, aguardou a saída do advogado do escritório, executando-o a tiros dentro do carro.
A morte de Zampieri, ocorrida no bairro Bosque da Saúde, está diretamente ligada a uma disputa por terras, segundo a Polícia Federal.
O crime teria sido encomendado por Aníbal Manoel Laurindo e financiado por Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, coronel reformado do Exército.
Além de Antônio e Hedilerson, também foram presos Gilberto Louzada da Silva e os próprios mandantes, totalizando cinco alvos de prisão preventiva nessa fase da operação.
Antônio é apontado ainda como integrante do Comando C4, facção criminosa especializada em assassinatos por encomenda e espionagem.
A ligação direta entre esse grupo e o homicídio do advogado indica um esquema bem estruturado, que unia interesses econômicos e atuação criminosa.
Desde fevereiro de 2024, Antônio, Caçadini e Hedilerson já respondem por homicídio triplamente qualificado. O envolvimento de Gilberto Louzada da Silva ainda está sob investigação.