A agência responsável pela trilha percorrida pela brasileira Juliana Marins, de 24 anos, encontrada morta no monte Rinjani - um vulcão ativo na Indonésia - estava proibida de operar na região. A informação consta em uma lista oficial do aplicativo do Parque Nacional do monte Rinjani, que aponta a empresa Bas Rinjani como uma das operadoras banidas.
Um organizador de turismo local, que preferiu não se identificar, confirmou ao UOL que a Bas Rinjani está na chamada "lista negra". “Não sabemos como a empresa ainda consegue atuar. Isso é o que mais nos preocupa”, afirmou.
Segundo ele, a inclusão na lista negra significa que o parque considera a empresa insegura, ilegal ou antiética. A sanção pode ser temporária ou permanente, e a agência pode enfrentar consequências legais se continuar operando. Ao todo, 27 agências estão banidas atualmente.
“Essa empresa já é conhecida por problemas. Como ainda permite-se que leve turistas até um local como esse? Se nada for feito, tragédias podem se repetir. Da próxima vez, as vítimas podem ser nossos amigos ou familiares”, alertou um guia local.
Juliana comprou o pacote da trilha por meio da Ryant Tour, que atua como intermediária. A empresa confirmou que vendeu o bilhete à brasileira e afirmou que a gestão da escalada foi feita pela Bas Rinjani. A própria Ryant Tour reconhece a Bas como sua parceira local, responsável por logística, equipamentos, guias e licenças.
Apesar da proibição, a Bas Rinjani continuava operando. “Não entendemos como a empresa voltou a funcionar. A licença dela está na lista negra há tempos. É confuso, e esperamos que as autoridades se manifestem com clareza”, disse o organizador ouvido pela reportagem.
O Parque Nacional não detalha no aplicativo os motivos que levaram ao banimento das operadoras.