O Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) determinou nesta quinta-feira (31) a suspensão das investigações que envolviam o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud. A decisão foi tomada após a concessão de habeas corpus ao dirigente, que era alvo de apurações no âmbito de um inquérito sobre suposta compra de votos no estado.
Segundo o desembargador responsável, as provas reunidas até o momento não demonstraram de forma concreta a participação de Xaud em qualquer irregularidade eleitoral. “Não restaram demonstrados elementos concretos de autoria e materialidade delitiva capazes de associar a participação do paciente na prática de crime eleitoral”, destacou o magistrado.
A defesa de Samir, representada pelo advogado Rafael de Alencar Carneiro, alegou que o dirigente foi alvo de “grave constrangimento ilegal”, especialmente após uma operação de busca e apreensão na sede da CBF.
O caso teve origem em uma investigação da Polícia Federal que envolve a deputada Helena Lima (MDB-RR) e seu marido, Renildo Lima, suspeitos de integrarem um esquema de compra de votos. Em uma gravação enviada por Renildo a um candidato a vereador, Xaud é mencionado como parte do grupo político investigado. “O Samir teve 5 mil votos, então o pedido dele, pelo menos 500 ele consegue”, diz trecho do áudio.
Samir Xaud, filiado ao MDB, concorreu ao cargo de deputado federal em 2022, mas não foi eleito. Obteve 4,8 mil votos, ficando como primeiro suplente. Em 2018, tentou uma vaga de deputado estadual pelo PV, também sem sucesso.
Em nota, Xaud comentou a decisão judicial e lamentou os impactos à sua imagem. “Sei de onde eu vim, sei quem eu sou e mantive a tranquilidade nos últimos dias, apesar da injustiça cometida e da grave exposição negativa da minha imagem. Seguirei trabalhando com foco, fé e honestidade em prol do futebol brasileiro”, declarou.