A Unimed Cuiabá tomou uma ação decisiva ao apresentar uma notícia-crime ao Ministério Público Estadual (MPE) de Mato Grosso, expondo uma série de indícios que sugerem a existência de uma suposta associação criminosa. Esta associação é acusada de fraudar documentos com o intuito de obter decisões judiciais liminares, impondo à cooperativa despesas com tratamentos não autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ou exigindo a prestação de tratamentos em clínicas não conveniadas a valores superfaturados. O documento apresentado pela Unimed Cuiabá na última terça-feira (26) lista dez casos específicos nos quais a documentação suspeita levou a decisões desfavoráveis à cooperativa. Caso executadas, essas ações poderiam acarretar um prejuízo estimado de aproximadamente R$ 3 milhões anualmente à cooperativa. A notícia-crime, protocolada pelos membros da diretoria da Unimed Cuiabá, incluindo Carlos Bouret, foi representada pelos advogados Valber Melo e Fernando Faria, que prestam assessoria à cooperativa. O documento destaca indícios de crimes contra a cooperativa e até mesmo contra o Poder Judiciário, apontando para práticas de fraude processual, falsidade ideológica, associação criminosa e estelionato. A fraude consistia em inserir informações falsas na Carta de Negativa enviada pela Unimed Cuiabá aos usuários, buscando aumentar o número de procedimentos ou tratamentos recusados pela cooperativa. Tais documentos adulterados eram então apresentados ao Judiciário para induzir a crença de que a Unimed Cuiabá negava a oferta de qualquer procedimento ou tratamento. Os processos envolvem padrões comuns, notadamente a participação do mesmo médico responsável pelos relatórios indicando a necessidade dos tratamentos, uma advogada assinando todas as ações e uma clínica onde os beneficiários supostamente deveriam receber os tratamentos. O Ministério Público de Mato Grosso agora está encarregado de investigar os indícios apresentados pela diretoria da Unimed Cuiabá e tomar as medidas legais apropriadas. A cooperativa ressalta que os suspeitos podem ter cometido delitos de falsificação de documentos, fraude processual, falsidade ideológica, associação criminosa e estelionato. Esta notícia-crime é um desdobramento de uma série de ações de auditorias e investigações administrativas, jurídicas e contábeis conduzidas dentro da maior cooperativa de trabalho médico de Mato Grosso. A Unimed Cuiabá reportou um prejuízo patrimonial significativo, superior a R$ 400 milhões, em seu balanço de 2022, e está empenhada em reverter essa situação, buscando resgatar sua saúde financeira.
> Click aqui e receba notícias em primeira mão.