O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou nesta quinta-feira (16) o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão, assinada pelo desembargador Gabriel De Oliveira Zefiro, da 19ª Câmara Cível, acatou pedido de Fernando Sarney, vice-presidente da entidade, com base em suspeitas de fraude em um acordo judicial que mantinha Ednaldo no comando da confederação.
De acordo com a decisão, há “robustos indícios” de que o dirigente Antônio Carlos Nunes, conhecido como Coronel Nunes, não tinha condições cognitivas de assinar o documento que sustentava Ednaldo no cargo. Laudos médicos e uma perícia grafotécnica apontaram a irregularidade.
Um laudo assinado pelo chefe do departamento médico da CBF, Dr. Jorge Roberto Pagura, indicou que Coronel Nunes, de 86 anos, apresentava desde 2023 quadro de déficit cognitivo, hidrocefalia, tonturas e ataxia — condição que compromete a coordenação motora, fala e movimentos oculares. O documento também destacou a presença de neoplasia cerebral maligna e cardiopatia grave, doenças que acometem o ex-dirigente desde 2018.
Outro elemento decisivo para a destituição foi o parecer grafotécnico concluído em 2025, que indicou divergência entre a assinatura do acordo e o punho original de Nunes. Além disso, uma procuração pública assinada um dia após o laudo médico de 2023 transferia poderes para terceiros administrarem as finanças do Coronel, evidenciando sua incapacidade de gerenciar os próprios interesses à época.
Com a decisão, o acordo firmado em janeiro deste ano foi anulado. Ednaldo, que já vinha enfrentando desgaste político e havia perdido o apoio de 19 das 27 federações que o elegeram, deixa a presidência da CBF. A entidade deve definir os próximos passos administrativos nos próximos dias.