O Governo de Mato Grosso anunciou nesta terça-feira (24) a necessidade de revisão no projeto de contenção de encostas na região do Portão do Inferno, na rodovia MT-251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães.
A decisão surge após a identificação de inconsistências geológicas nos estudos que embasaram a obra, considerada uma das mais sensíveis da atual administração.
O governador Mauro Mendes (União) informou que os levantamentos iniciais não previam certas características do terreno.
“Quando se começou o projeto, foram identificadas diferenças geológicas que não haviam sido percebidas anteriormente”, declarou, sublinhando a complexidade técnica da intervenção.
As obras começaram em agosto de 2024, após uma série de entraves institucionais entre a Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra) e o Instituto Chico Mendes, responsável pelo Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.
O plano original, a cargo da empresa Lotufo Engenharia, previa a retirada do maciço rochoso do Portão do Inferno através de uma técnica conhecida como “retaludamento” uma solução que cria cortes na encosta com o objetivo de estabilizar o terreno.
Contudo, com a constatação das novas variáveis geológicas, a continuidade da intervenção na rota atual tornou-se incerta. “Os estudos indicam uma dificuldade significativa, quase uma inviabilidade de prosseguir pelo trajeto planejado”, afirmou Mendes.
O Governo agora aguarda os resultados finais das novas análises técnicas, previstas para serem entregues até ao final de julho, antes de anunciar um possível desvio do traçado da MT-251.
O contrato original da obra estava orçado em R$ 29,5 milhões e previa a conclusão em 120 dias. A nova fase de estudos exigiu sondagens aprofundadas e utilização de maquinaria especializada para avaliar a integridade da formação rochosa no topo da serra. “Essa reavaliação exigiu uma mobilização técnica e financeira imensa”, frisou o governador.
Embora o projeto de retaludamento tenha sido escolhido por oferecer maior segurança, custo reduzido e menor impacto socioeconómico, o Governo admite agora a possibilidade de rever totalmente a solução. “Estamos a avaliar se a proposta inicial é mesmo viável diante dos dados mais recentes”, completou Mendes.
A população e os motoristas que utilizam a MT-251 aguardam por uma definição clara sobre o futuro da intervenção.
A segurança no trecho continua a ser uma preocupação constante, especialmente após os episódios de deslizamento de terra registados no final de 2023.
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