Pessoas que vivem com autismo terão acompanhamento alimentar com profissionais da saúde habilitados no Sistema Único de Saúde (SUS).
A medida faz parte de uma mudança na Lei nº 12.764/12, também chamada Lei Berenice Piana, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
A alteração na lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 30, e determina a condução da terapia nutricional no SUS por profissionais especializados.
A nova lei garante que os agentes de saúde realizem avaliações criteriosas da dieta das pessoas com autismo, já que hábitos alimentares inadequados podem levar ao aumento do peso, prejudicando a saúde desta parte da população”, informou o governo.
Seletividade alimentar
Pessoas que vivem no espectro podem apresentar seletividade alimentar e adotar uma dieta repetitiva, o que limita o consumo de nutrientes. Com o acompanhamento para o suporte nutricional, é possível elaborar refeições personalizadas, fazer a introdução de novos alimentos, ajustar preparos para modificar a consistência e realizar adaptações.
"Pensando que o autismo é um transtorno que tem múltiplas repercussões e manifestações clínicas e que a seletividade alimentar é um problema muito grande para algumas das pessoas com impactos e sobre o desenvolvimento, os nutricionistas são muito importantes dentro do cuidado multidisciplinar e podem trazer muitos benefícios tanto com impacto comportamental quanto para o cuidado físico", diz o psiquiatra Guilherme Polanczyk, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
"Também na área nutricional, as pessoas com autismo têm necessidades e elas precisam ser atendidas" completa.