No cenário econômico brasileiro, o mês de março de 2024 marcou um feito histórico, com a arrecadação do governo federal ultrapassando a marca dos 190 bilhões de reais. Esse número representa um notável aumento de 7,22% em comparação com o mesmo período do ano anterior, que registrou 177,7 bilhões de reais. Mais do que uma simples estatística, esse marco é significativo por ser a maior arrecadação já registrada para um mês de março desde o início da série histórica em 1995.
De acordo com dados divulgados pela Receita Federal, no acumulado do primeiro trimestre de 2024, a arrecadação federal já superou os 660 bilhões de reais, refletindo um crescimento real de 8,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse desempenho estabelece um novo recorde histórico e evidencia a solidez das receitas governamentais.
Um dos principais impulsionadores desse aumento na arrecadação é a retomada da cobrança integral de impostos sobre combustíveis. Especificamente, o PIS/Pasep e Cofins experimentaram um ganho real de 20,6%, totalizando aproximadamente 40 bilhões de reais. Esse incremento é atribuído principalmente à tributação sobre o óleo diesel e a gasolina, destacando a importância desse setor para a receita pública.
Além disso, medidas como a tributação sobre fundos exclusivos contribuíram para um aumento adicional na arrecadação, gerando uma receita de 3,38 bilhões de reais.
A arrecadação da Receita Previdenciária também apresentou um desempenho sólido, alcançando a marca de 53 bilhões de reais, com um crescimento real de 8,40%. Esse aumento foi impulsionado pelo crescimento de 7,90% na massa salarial, já ajustada pela inflação.
Um aspecto notável é o incremento de 11% nas compensações tributárias relacionadas a débitos de receita previdenciária em comparação com março de 2023, evidenciando a eficácia das medidas implementadas para fortalecer a arrecadação.
Apesar dos sucessivos avanços na arrecadação, o governo enfrenta o desafio de equilibrar as receitas e despesas públicas. Embora o aumento na arrecadação seja um passo importante nesse sentido, o objetivo de eliminar o déficit primário neste ano permanece incerto. No entanto, o governo mantém o foco nos contribuintes como meio de ajustar esse desequilíbrio e garantir a saúde financeira do país.