O amanhecer desta quinta-feira (5) trouxe um novo cenário em Cuiabá. As movimentadas calçadas das avenidas 13 de Junho e Isaac Póvoas, até então tomadas por vendedores ambulantes, se apresentaram completamente desobstruídas, marcando o cumprimento do prazo final determinado pela Prefeitura para a retirada dos comerciantes informais.
Pedestres caminham livremente, sem obstáculos, num ambiente de aparente ordem e fluidez.
A secretária municipal de Ordem Pública, Juliana Chiquito Palhares, destacou que o processo ocorreu sem confrontos. Segundo ela, os ambulantes, cientes da medida, sequer montaram suas bancas nesta manhã.
A operação envolveu doze fiscais, além do apoio da Limpurb para remoção de materiais abandonados e limpeza urbana.
“O trabalho está sendo desenvolvido com muita tranquilidade, com muito respeito”, afirmou Juliana, enfatizando que a ação visa o cumprimento da legislação de uso do espaço público.
Como alternativa, o Executivo municipal ofereceu boxes no Shopping Orla do Porto e vagas no mercado formal, incluindo oportunidades nas proximidades do centro.
Apesar disso, apenas 44 dos 175 ambulantes cadastrados aceitaram a proposta de mudança para o novo local.
Muitos, como Maria da Glória da Silva, demonstram resistência à mudança. Atuando na Praça Ipiranga há quatro anos, ela se recusa a deixar a área central.
“Não quero sair, quero ficar aqui! Todo mês eu tiro dinheiro daqui para pagar o meu aluguel”, declarou. Outros comerciantes também manifestaram preocupação com a baixa circulação de clientes no novo ponto designado, o que, segundo eles, inviabiliza a atividade.
Enquanto alguns protestam, outros reconhecem a necessidade de reorganização. Alex, que trabalha há poucos meses na região, aceitou ser realocado para um ponto menos visível, destacando que a medida pode beneficiar o fluxo urbano.
“Não tinha como uma mãe com um carrinho andar, não tinha como um cadeirante andar”, observou.
O panorama atual é fruto de um esforço pós-pandemia para retomar o controle sobre o espaço público. Conforme a secretária, a ocupação desordenada vinha se intensificando nos últimos anos, especialmente com a falta de fiscalização. A nova postura, diz ela, busca restabelecer a legalidade e a mobilidade urbana.
Ainda assim, o futuro dos ambulantes continua indefinido. A Prefeitura garante que pretende agir com respeito, evitando a apreensão de mercadorias especialmente aquelas sem origem comprovada , mas reforça que o cumprimento da lei é inegociável.
“A lei é para todos. Ou a gente cumpre pelo amor ou pela dor”, concluiu Juliana.
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Elidio Honório dos Santos 05/06/2025
Parabéns, falta tirar os mostruário que os comerciantes colocam nas calçada, alguns fazendo puchadinhos sobre as calçadas
1 comentários