Em meio a uma turbulência política e investigativa, o vereador Chico 2000, atualmente afastado da Câmara Municipal, obteve anuência oficial para se desligar do Partido Liberal (PL).
A decisão foi confirmada nesta quinta-feira (5) por Ananias Filho, presidente estadual da legenda, que ressaltou que o parlamentar já está livre para se filiar a outro partido, sem necessidade de qualquer trâmite adicional.
A saída de Chico 2000 acontece no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou a operação “Rescaldo”, da qual ele é um dos principais alvos.
As investigações giram em torno de suspeitas de corrupção durante seu mandato anterior e de compra de votos nas eleições de 2024. Este não é o primeiro revés enfrentado pelo político neste ano.
Em março, ele foi alvo da “Operação Perfídia”, da Polícia Civil, que o aponta como beneficiário de propinas no valor de R$ 250 mil para facilitar a aprovação de projetos ligados às obras do Contorno Leste de Cuiabá.
Além dos problemas judiciais, a ruptura de Chico com o PL também tem raízes políticas.
O vereador vinha mantendo uma relação conflituosa com o prefeito Abilio Brunini (PLA), agravada pela sua aproximação com o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), rival político do atual gestor.
O ápice do desgaste foi durante a disputa pela nova Mesa Diretora da Câmara, quando Chico cogitou lançar uma chapa alternativa à apoiada por Brunini. Apesar da articulação inicial, ele acabou abandonando a ideia e se distanciou das decisões internas do Legislativo.
Chico 2000, que cumpre seu sétimo mandato consecutivo, agora busca novos rumos em meio à pressão judicial e ao isolamento político.