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CIDADES Segunda-feira, 08 de Janeiro de 2024, 18:05 - A | A

Segunda-feira, 08 de Janeiro de 2024, 18h:05 - A | A

DADOS DA ABRACOPEL

 Apesar da redução nas mortes por choque elétrico, situação é preocupante no país; VEJA

Dados apontam que Brasil precisa intensificar fiscalização as normas técnicas de instalação de energia elétrica

Ana Barros

Os dados revelados pela Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) em 2022, trazem à tona uma preocupante realidade em relação aos acidentes provocados por eletricidade no país. Descargas elétricas, incêndios por sobrecarga de energia e choques elétricos se destacam como causadores de incidentes que, somados, totalizaram 1.828 ocorrências.



 

Abracopel

DADOS DE 2021

DADOS DE 2021

Os números, quando transformados em porcentagem, revelam que os incêndios representam 47,8% do

 


 

total de acidentes, enquanto os choques elétricos correspondem a 46,5%, e as descargas atmosféricas contribuem com 5,5%. O panorama regional aponta o Nordeste como a região mais afetada, liderando o trágico ranking de vítimas fatais, seguido pelo Sudeste, Sul, Norte e Centro-Oeste.

Apesar de uma redução de 12,2% nas mortes por choque elétrico em comparação a 2021, o número total de acidentes cresceu em 2,03% no período acumulado de cinco anos (2018-2022). Esses dados alertam para a necessidade urgente de medidas preventivas e ações coordenadas para reverter a situação.

A implementação de Dispositivos Diferenciais Residuais (DR) nas instalações elétricas, em conjunto com sistemas de aterramento funcional, condutores de proteção elétrica (fio terra) e pontos de tomada, emerge como uma estratégia fundamental para garantir a segurança necessária. Contudo, a baixa adoção dessas medidas no Brasil indica a urgência de fiscalização e maior adesão às normas técnicas vigentes. É crucial destacar que, embora a eletricidade seja imprescindível, oferece uma série de riscos que, se não forem conhecidos e controlados, podem resultar em acidentes graves e até fatais.

Edson Martinho - Engenheiro Eletricista e de Segurança do Trabalho - Diretor Executivo da Abracopel

Edson Martinho - Engenheiro Eletricista - Diretor Executivo da Abracopel

A orientação de Edson Martinho, Diretor Executivo da Abracopel , engenheiro eletricista e de segurança do trabalho, é nunca mexer em eletricidade sem conhecimento, buscando sempre a assistência de profissionais capacitados. Manter a instalação elétrica segura, adequada às normas vigentes e equipada com todos os dispositivos de segurança é fundamental.  Conhecer os riscos e tomar as devidas precauções pode reduzir consideravelmente às chances de um acidente elétrico. São muitas as maneiras de se prevenir acidentes com eletricidade, que vão desde o cumprimento das normas de projeto e utilização de circuitos elétricos às boas práticas, como: não sobrecarregar tomadas; ter cuidado com equipamentos elétricos em ambientes molhados; atenção com as crianças; evitar soltar pipas perto da rede elétrica; sempre desenergizar os circuitos quando for fazer alguma intervenção, inclusive para alterar a temperatura do chuveiro; tomar cuidado com fios desencapados, e, principalmente, sempre chamar um profissional habilitado para executar os serviços elétricos.

Isacc Sazaki conta que há 40 anos atrás, trabalhava em uma empresa que aos sábados era realizada a faxina, e num certo dia tinha muita água no piso e um ventilador com um fio descascado, sem manutenção, o trabalhador levou um choque que o jogou de costas no chão, por sorte não teve consequências mais graves e nem sequela.  

A falta de contratação de um profissional pode trazer uma série de consequenciais e até levar a morte, foi o que aconteceu com Daniel Alves de Souza, de 56 anos, proprietário de um restaurante e pousada na região do Manso em Mato Grosso.  Em 2021,  Daniel, não especializado em eletricidade, decidiu lidar com uma instalação de energia em seu quintal, e ao subir em uma escada de ferro, entrou em contato com um fio descascado, resultando em um choque elétrico fatal. O incidente ocorreu enquanto ele tentava resolver uma questão na instalação, evidenciando a falta de conhecimento técnico na área elétrica. Deixando um legado como empreendedor e pai, Daniel não era casado, mas deixou um filho de 14 anos. O fato ocorrido com o empresário destaca a importância da precaução ao lidar com equipamentos elétricos e a necessidade de buscar profissionais qualificados para tarefas específicas, a fim de evitar acidentes como esse.

Tridan

Incêndio

Incêndio elétrico

O engenheiro destaca que no que diz respeito aos fios e cabos elétricos, é crucial observar a capacidade adequada para cada seção nominal (bitola). Fios mais grossos têm maior capacidade

Goionews

Câmera de segurança grava explosão de celular durante reparo

Câmera de segurança grava explosão de celular durante reparo

de suportar equipamentos mais potentes. No entanto, alerta-se para a presença no mercado de fios com menos cobre, o que coloca em risco quem compra e instala.’ Verificar a marca do fio, o selo do Inmetro e, caso não haja, não realizar a compra é uma medida de precaução essencial’, destacou.   Outro ponto relevante é a segurança no carregamento de dispositivos eletrônicos, como celulares, que possuem baterias de lítio. A utilização de dispositivos originais, a não utilização do celular enquanto está carregando e a escolha de superfícies frias, mas nunca próximas à água, são práticas recomendadas. Além disso, não deixar o celular carregando sem supervisão é fundamental para evitar acidentes, permitindo a tomada de ações rápidas em caso de problemas. Outro fato é que  muita gente costuma colocar o aparelho para carregar quando vai dormir e o esquece por longas horas ligado na tomada. Isso pode provocar um superaquecimento e uma explosão.

Em conclusão, Martinho destaca que apesar de uma leve redução nos números em relação há anos anteriores, os dados de 2022 continuam indicando uma situação crítica em termos de segurança elétrica. A urgência de ações coordenadas entre empresas, profissionais e órgãos reguladores é evidente. A conscientização, a formação adequada dos trabalhadores e a implementação efetiva de normas de segurança são fundamentais para reverter esse cenário e garantir a integridade da população frente aos riscos da eletricidade.

Conforme a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, quase 400 pessoas morreram em 2023 no Brasil vítimas de acidentes elétricos. Quase 4% a mais em relação ao primeiro semestre de 2022.  

Arquivo pessoal

Danilo Souza

Professor Danilo Souza

Para o Prof. da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Danilo de Souza, os incêndios de origem elétrica, assim como todos os incêndios, são preocupantes, ele aponta que metade de todos os incêndios que acontecem são de origem elétrica, e isso envolve diversos tipos de falhas nas instalações, causadas principalmente pela falta de um projeto, alinhado a uso de material de baixa qualidade, falta de manutenção e também falta de um aterramento adequado. Danilo explica que são esse os conjuntos de elementos que fazem com que o Brasil seja um dos países que tem um maior índice de acidentes elétrico no mundo. “Estamos vivendo um cenário de aquecimento global, normal, onde nenhum dia foi igual a outro no mundo no que se refere a temperatura, mas num modo geral, é notório um aumento na temperatura de forma acelerada. No caso do hemisfério sul, e particularmente nas regiões mais quentes próximas do Equador, quando se tem um aumento de temperatura, você tem o aumento da solicitação das cargas de refrigeração, mesmo sem a mudança de hábito”, pontua. Como exemplo Danilo citou, um quarto que se utiliza o ar condicionado, num dia mais quente se for utilizado as mesmas horas do dia, o condicionador vai ter que trabalhar mais, fazendo com que  a solicitação da instalação elétrica seja maior, circulando uma solicitação maior sobre os condutores elétricos, fazendo com que os condutores se aqueçam mais, aumentando os incêndios de origem elétrica, isso porque os refrigeradores sendo eles ar-condicionado, geladeira e outros respondem por quase 50% do consumo residencial.

"Os problemas que já existem nas instalações elétricas, como contatos ruins, se agravam quando a rede é mais solicitada e nos momentos de aumento de temperatura quando a rede responde mais ainda devido a variação de temperatura”, frisou Souza.  

VEJA OS DADOS

Abracopel

Estatísticas

Estatisticas; Ranking nacional de mortes por choque elétrico

 

 

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