Um hackeamento do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quase resultou na liberação do criminoso Sandro Silva Rabello, conhecido como "Sandro Louco", da Penitenciária Central do Estado (PCE) em Cuiabá. O hacker Walter Delgatti Neto é acusado de falsificar um mandado de soltura, utilizando as credenciais de um juiz local. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Delgatti e a deputada federal Carla Zambelli pelo ato, que teria sido direcionado para desacreditar o Judiciário.
Sandro Louco, considerado um dos principais líderes do Comando Vermelho em Mato Grosso, acumula condenações que ultrapassam 200 anos de prisão por diversos crimes, incluindo homicídio e sequestro. O alvará falsificado foi descoberto cinco dias após sua emissão, alertando as autoridades para a possibilidade de libertar um criminoso de alta periculosidade.
O caso não se limita apenas a Mato Grosso, pois foram identificados outros alvarás falsificados em diferentes estados brasileiros. A PGR alega que a invasão foi realizada sob o comando de Carla Zambelli, que teria interesse em desacreditar o Judiciário, seguindo uma estratégia semelhante ao questionamento do sistema eleitoral pelo bolsonarismo na época.
Entenda
A investigação contra Zambelli por parte da Polícia Federal começou depois que o hacker Walter Delgatti confessou ter recebido pagamentos da equipe da deputada para realizar a invasão ao CNJ. Ele também disse que Zambelli queria uma invasão aos sistemas da Justiça Eleitoral, mas que não conseguiu executar a ordem.
Ambos são acusados de terem cometido os crimes de invasão de dispositivo de informática e falsidade ideológica. A primeira invasão ao site do CNJ, segundo investigação da Polícia Federal, aconteceu em novembro de 2022.