Após a decisão da Justiça que permitiu a saída de Alexandre Nardoni da prisão em cumprimento do regime aberto, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) entrou com recurso e medida cautelar nesta segunda-feira (6), pedindo o retorno imediato do réu para o regime semiaberto até o julgamento do recurso.
Nardoni, condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha Isabella Nardoni, deixou a penitenciária de Tremembé no fim da tarde de segunda-feira. A decisão do MP-SP argumenta que o réu não comprovou, de forma cabal, que não representa risco para a sociedade.
De acordo com a promotoria do caso, Nardoni praticou um "crime hediondo bárbaro" e demonstrou falta de arrependimento, frieza emocional e insensibilidade acentuada. Além disso, cita indicações psiquiátricas de possíveis transtornos de personalidade.
O MP-SP solicitou a sustação da progressão ao regime aberto e a realização de testes psicológicos, incluindo o teste de Rorschach, para avaliar a condição psicológica do réu. O teste de Rorschach é uma técnica de avaliação psicológica que visa obter um quadro amplo da dinâmica psicológica do indivíduo testado.
Além do recurso, o Ministério Público também protocolou uma medida cautelar com efeito suspensivo, requerendo o retorno imediato de Nardoni ao regime semiaberto até o julgamento do recurso pelo Tribunal de Justiça.
O caso envolvendo Alexandre Nardoni e sua mulher Anna Carolina Jatobá, condenados pela morte da filha de Nardoni, Isabella, ocorreu em março de 2008 e causou grande repercussão. Anna Jatobá foi condenada a 26 anos e oito meses de prisão, enquanto Alexandre inicialmente recebeu uma pena de 31 anos e um mês, reduzida posteriormente.