As ações da Casas Bahia experimentaram uma significativa valorização nesta segunda-feira, mesmo após a retomada das negociações dos papéis na bolsa de valores.

No início do dia, as ações atingiram R$ 6,36, registrando uma valorização de 16,91%, mas foram rapidamente colocadas em leilão devido à forte oscilação. Após o leilão, retomaram as negociações e atingiram um pico de alta de 20,77%, cotadas a R$ 6,57. Mais tarde, por volta das 13h, estavam sendo negociadas a R$ 6,42, com um avanço de 18,01%.

O leilão é uma medida adotada pela Bolsa em momentos de intensa oscilação ou divulgação de fatos relevantes sobre a empresa durante o pregão. No caso da Casas Bahia, as negociações foram interrompidas por nove minutos.

O presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, comunicou ao mercado que um acordo firmado melhorará o fluxo de caixa da empresa em R$ 4,3 bilhões nos próximos quatro anos, com R$ 1,5 bilhão previsto para este ano.

O prazo para pagamento da dívida foi estendido de 22 para 72 meses, com redução de 1,5 ponto percentual no custo médio da dívida, gerando uma economia de R$ 60 milhões ao ano.

Os credores terão a opção de converter parte de seus créditos em ações, conforme mencionado por Franklin. Dois bancos, que detêm 54,5% da dívida da empresa, concordaram com a renegociação.

Carlos Daltozo, chefe de análise da Eleven Financial, destacou que o acordo foi uma surpresa para o mercado e foi recebido positivamente pelos investidores, representando uma alternativa menos onerosa do que um processo de recuperação judicial.

A XP Investimentos considerou o anúncio um passo importante para a reestruturação da Casas Bahia, embora tenha alertado para uma possível diluição de até 83% nas ações. Os analistas da XP observaram que o plano permite que a empresa ajuste suas operações e estrutura de capital sem afetar as obrigações existentes com fornecedores e funcionários.