Um episódio inusitado e constrangedor marcou a reunião entre o presidente da China, Xi Jinping, e a delegação brasileira em Pequim. A primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva, protagonizou um momento de tensão ao pedir a palavra para criticar a rede social chinesa TikTok, apontando a plataforma como um fator de risco para a democracia brasileira.

Segundo relatos de integrantes da comitiva, Janja afirmou que o TikTok representa um desafio no enfrentamento ao avanço da extrema direita no Brasil, alegando que o algoritmo da rede social favoreceria conteúdos da direita radical. O comentário, feito em um encontro sem falas previstas para os convidados, causou surpresa e desconforto no ambiente.

De acordo com pessoas presentes, o próprio presidente Xi Jinping respondeu dizendo que o Brasil tem legitimidade para regular ou até banir a plataforma, caso julgue necessário. A colocação, embora diplomática, expôs o constrangimento criado no encontro.

Ainda segundo relatos, a primeira-dama chinesa, Peng Liyuan, também teria ficado visivelmente incomodada com a postura da brasileira, considerada inadequada ao contexto da reunião. Um ministro brasileiro descreveu o episódio como “fora de lugar” e disse que “ninguém entendeu nem o tema, nem o momento do pedido”.

Apesar do incidente, a viagem da comitiva presidencial brasileira à China registrou avanços comerciais e políticos positivos para o Brasil. Entretanto, a intervenção de Janja virou assunto nos bastidores e foi avaliada como um ponto negativo em meio a um giro diplomático bem-sucedido.

O episódio ocorre em meio a um cenário internacional delicado para o TikTok. A rede social está no centro de uma disputa com os Estados Unidos, onde o governo americano pressiona para forçar a venda da operação da empresa para grupos locais, medida que tem gerado forte reação do governo chinês.

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