O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), levantou sérias suspeitas sobre a reforma do Aquário Municipal e defendeu, nesta quarta-feira (25), a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar não apenas essa obra, mas um conjunto de contratos firmados na gestão anterior.
Ele classificou a situação como "um absurdo" e afirmou que os indícios já estão sob análise da Controladoria Geral do Município.
A obra, que ficou paralisada durante todo o mandato do ex-prefeito Emanuel Pinheiro, foi concluída às pressas nos últimos dias da gestão anterior. A entrega não apenas levantou desconfianças, como também resultou em uma série de falhas estruturais e pendências, gerando críticas e preocupação sobre o uso dos recursos públicos.
Durante entrevista, Abilio criticou duramente os contratos da reforma, alegando que "muita coisa foi feita de forma errada" e garantiu que os documentos já foram enviados para avaliação do Ministério Público. Segundo o gestor, o caso do Aquário é apenas um exemplo das obras que devem ser alvo de investigação.
Outro ponto controverso envolve denúncias de trabalhadores que não teriam recebido pelos serviços prestados na reforma. A empresa responsável, a Construtora Pillar LTDA, é apontada como possível responsável pelo não pagamento.
O prefeito afirmou não ter sido procurado diretamente pelos funcionários, mas reconheceu que, se a empreiteira tiver recebido os valores da Prefeitura e mesmo assim não tiver pago os trabalhadores, será necessário intervir em conjunto com o Ministério Público.
Abilio defendeu a atuação rigorosa das autoridades para garantir transparência e responsabilidade na aplicação dos recursos públicos.
“Se tem gente reclamando, é preciso apurar se a empresa já recebeu os valores e, caso tenha recebido, que os trabalhadores sejam pagos. Se não, vamos intermediar junto ao Ministério Público”, disse ele.
A declaração do prefeito coloca mais pressão sobre a Câmara Municipal, que agora deve avaliar a abertura de uma CPI para aprofundar as investigações sobre possíveis irregularidades na condução das obras públicas da capital mato-grossense.