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Em meio ao clima de consternação que tomou conta de Mato Grosso nesta terça-feira (24), o governador Mauro Mendes (União) voltou a cobrar maior rigor nas punições contra agressores de mulheres, após o assassinato da empresária Gleici Keli Geraldo de Souza, de 42 anos, em Lucas do Rio Verde.
O crime, que teria sido cometido pelo próprio marido da vítima, chocou o estado e reacendeu o debate sobre a eficácia da legislação atual no combate ao feminicídio.
“Fico revoltado e indignado como qualquer cidadão ficaria. Cabe a mim, como chefe de Executivo, pedir à Polícia empenho total para prender e apresentar o responsável à Justiça, que precisa agir com rapidez e firmeza”, declarou Mendes, ao se pronunciar sobre o caso.
Segundo o governador, o Brasil precisa romper com o que chamou de “cultura da impunidade”, promovendo reformas legislativas que resultem em penas mais severas e no cumprimento célere das condenações.
O principal suspeito, Daniel Frasson, engenheiro agrónomo de 36 anos e marido da vítima, teria desferido múltiplas facadas em Gleici Keli antes de tentar matar a própria filha de sete anos, que segue internada em estado grave. Após o ataque, Frasson ainda tentou tirar a própria vida e permanece hospitalizado sob escolta policial.
Para Mendes, casos como este ilustram a urgência de uma resposta firme do Estado.
“Só mudamos a cultura da violência quando o criminoso tem certeza de que sofrerá consequências duras. Precisamos retomar o respeito e o medo à Justiça no país”, frisou.
O governador também citou o “Pacote Antifeminicídio”, iniciativa da senadora Margareth Buzetti (PSD), que prevê penas de até 40 anos de prisão para esse tipo de crime.
Ele afirmou que sua gestão tem atuado com empenho para prender autores de feminicídios e garantir a responsabilização dos envolvidos. Ainda assim, ressaltou que o problema exige ação conjunta entre Executivo, Judiciário e Legislativo.
Em 2024, 47 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso, conforme levantamento da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil. Números que, para Mendes, revelam o quanto o país ainda precisa avançar no combate à violência de género.