O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou nesta quinta-feira (15) que o pagamento do auxílio financeiro aos catadores de materiais recicláveis, feito por meio do programa Renda Solidária III, cumpriu integralmente os dois anos previstos em acordo firmado com o Ministério Público. Segundo ele, no entanto, o grupo beneficiado não aproveitou o período para se organizar em cooperativas ou buscar novas atividades profissionais, como previa o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que deu origem ao benefício.
“Foi pago esse auxílio durante dois anos. Esse período deu certo para esse grupo de pessoas que trabalhavam no antigo lixão. Mas, nesse tempo, eles não mudaram de atividade, não montaram cooperativa. Eu não sei quem deveria montar a cooperativa para eles, se era a Prefeitura ou outra entidade. Temos que revisar o TAC para entender melhor”, disse o prefeito.
A declaração foi feita durante entrevista à imprensa e reacende a polêmica sobre o futuro dos ex-catadores, agora que o programa está prestes a ser encerrado. De acordo com Abilio, falta apenas uma parcela para o fim oficial do auxílio.
“Alguns me pediram para postergar, para continuar recebendo o auxílio. Outros querem esclarecimentos sobre as medidas do TAC. Vamos avaliar a situação”, afirmou.
“Nenhum seguro-desemprego no mundo oferece isso”
Ao ser questionado sobre uma eventual política emergencial, Brunini foi enfático ao afirmar que o compromisso da gestão foi cumprido. Segundo ele, os beneficiários deveriam ter se preparado ao longo desses dois anos para seguir em frente com outras formas de geração de renda.
“Primeiro, é preciso deixar claro: foram dois anos de auxílio. Nenhum tipo de seguro-desemprego no mundo oferece isso. Essas pessoas trabalhavam de forma informal no antigo lixão, que foi fechado a pedido do Ministério Público. Um novo aterro sanitário foi construído. O encerramento foi feito com compromisso de garantir renda por dois anos, tempo em que eles deveriam ter se qualificado para outra atividade, como a coleta seletiva, por exemplo. Mas acredito que isso não foi feito”.
Crítica à falta de estrutura: “Não basta poesia”
Brunini também apontou falhas estruturais na criação de cooperativas e fez duras críticas à ausência de planejamento:
“Não é só montar uma cooperativa. Depois de criada, como ela vai funcionar? Vai gerar renda para todos? Falta um plano de negócios. Não basta só poesia, tem que vir para a prática. Quem vai fornecer o espaço, os equipamentos, o caminhão, o maquinário? Isso precisa ser revisto com responsabilidade”, finalizou.
O que foi o Renda Solidária III?
O programa Renda Solidária III — Cuidando da Gente foi instituído pela Lei nº 6.912/2023, sancionada pelo então prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). A iniciativa previa o pagamento de um salário mínimo mensal aos catadores de materiais recicláveis que atuavam no antigo aterro sanitário da capital, fechado por força do TAC.
O benefício tinha caráter compensatório e visava oferecer uma transição digna aos trabalhadores, incentivando a formalização por meio de cooperativas e outras formas de inclusão produtiva. No entanto, com o fim iminente do auxílio, o impasse entre responsabilidade do poder público e autogestão dos beneficiários volta à tona.
Aparecida Teixeira da Silva 15/05/2025
Eu também trabalhei no antigo lixão e demais pessoas não recebemos só uma grupo que está recebendo os demais grupo de pessoas não recebemos aí esperamos nos vamos receber olha pro segundo grupo prefeito eu sou uma excatadoura ?
1 comentários