A presença do vírus H5N1, causador da gripe aviária, numa propriedade de criação doméstica em Campinápolis (MT), desencadeou uma resposta emergencial do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), que confirmou que todas as aves presentes no local serão abatidas como medida de contenção.
A ação é parte de um protocolo rigoroso de sanidade animal e visa evitar a disseminação do vírus, altamente letal para as aves.
A presidente do Indea, Emanuele de Almeida, anunciou a implantação imediata de uma barreira sanitária na zona afetada, com interdição de trânsito de animais, equipamentos e materiais que possam estar contaminados.
Além do abate total das aves, o local será submetido a um processo completo de desinfecção. Ainda que o número exato de animais não tenha sido divulgado, o abate é total e sem exceções.
A equipe técnica do Indea já se encontra no município, que fica a mais de 500 km de Cuiabá, a realizar inspeções em todas as propriedades num raio de dez quilómetros.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, não há estabelecimentos comerciais de avicultura na área circundante, o que limita o risco de impacto económico imediato.
Apesar da gravidade do foco, o ministério garantiu que não haverá restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros.
Além disso, especialistas reforçam que o consumo de carne de frango e ovos continua seguro, uma vez que o vírus não é transmitido por ingestão e os produtos, quando cozinhados corretamente, não representam risco à saúde humana.
O H5N1 é uma mutação do vírus influenza, presente em aves desde 1996. A variante atualmente em circulação surgiu em 2020 e espalhou-se pelos continentes africano, asiático, europeu e, mais recentemente, americano.
No Brasil, casos têm sido identificados em animais silvestres desde 2023, e agora também em criações domésticas.
A letalidade do vírus entre as aves é elevada, especialmente em ambientes com grande densidade de animais, como galinheiros, o que justifica a decisão radical de abate integral.
A atuação preventiva é vista como fundamental para evitar que o vírus alcance rebanhos comerciais ou outros pontos do território nacional.
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