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CIDADES Segunda-feira, 26 de Maio de 2025, 13:55 - A | A

Segunda-feira, 26 de Maio de 2025, 13h:55 - A | A

PIRÂMIDE MILIONÁRIA

Ex-Tesoureiro de Cuiabá é alvo de investigação por fraude milionária em investimento do Conselho Federal de Odontologia

O investimento ocorreu entre julho e outubro de 2021, durante a pandemia da Covid-19, quando o CFO buscava formas de viabilizar linhas de crédito para profissionais da odontologia afetados pelas restrições econômicas

ALISSON OLIVEIRA

 

Um escândalo financeiro envolvendo o Conselho Federal de Odontologia (CFO) colocou o odontólogo cuiabano Luiz Evaristo Volpato no centro de uma crise sem precedentes.

 

Ex-tesoureiro da autarquia e ex-presidente do Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso (CRO-MT), Volpato é apontado como uma das figuras centrais na aplicação de R$ 40 milhões em uma empresa investigada por operar um esquema de pirâmide financeira, a Solstic Capital Investimentos e Participações Ltda.

 

O investimento ocorreu entre julho e outubro de 2021, durante a pandemia da Covid-19, quando o CFO buscava formas de viabilizar linhas de crédito para profissionais da odontologia afetados pelas restrições econômicas.

 

A Solstic se apresentou como intermediária do banco BTG Pactual, prometendo a criação de um fundo de R$ 120 milhões. Contudo, os recursos jamais chegaram à conta indicada pelo CFO no BTG, e a empresa encerrou atividades sem devolver o montante.

 

O caso ganhou notoriedade após reportagem do site Metrópoles revelar, em maio deste ano, que o Tribunal de Contas da União (TCU) apura o desvio milionário. De acordo com o processo TC 007.852/2025-8, a investigação é tratada sob sigilo, com indícios de fraude e lavagem de dinheiro.

 

Fontes da Polícia Federal confirmaram que a autarquia é alvo de inquérito paralelo por suspeita de irregularidades na contratação da Solstic Capital.

 

Luiz Volpato, por sua vez, afirmou não ter tido ciência de qualquer ilegalidade durante sua gestão como tesoureiro.

 

Segundo ele, a empresa demonstrava, com extratos e relatórios, a correção dos valores, mesmo diante de sucessivos atrasos e justificativas operacionais para o não repasse dos recursos.

 

A atual presidência do CFO, liderada por Cláudio Yukio Miyake, repudiou o ocorrido e classificou o episódio como uma fraude sofisticada.

 

Em nota oficial, o Conselho destacou que a Solstic não possuía autorização do Banco Central nem da Comissão de Valores Mobiliários para gerir recursos dessa natureza. Até agora, apenas R$ 8,6 milhões foram recuperados.

 

Medidas judiciais e administrativas foram adotadas, incluindo a instauração de auditorias independentes, o acionamento do Ministério Público Federal e do TCU, além da centralização de aplicações financeiras em instituições públicas.

 

O CFO garantiu que as atividades da entidade seguem operando normalmente, sem prejuízo aos serviços prestados à classe.

 

O CRO-MT, por meio de sua atual presidente, Wânia Dantas, foi o primeiro a cobrar explicações formais sobre o caso, ainda em abril. Em resposta, 17 conselhos regionais subscreveram um abaixo-assinado solicitando transparência nas apurações.

 

A morte do proprietário da Solstic, Flávio Alexandre Batel Pereira, em novembro de 2024, agravou o impasse. A dívida reconhecida com o CFO ultrapassa R$ 37 milhões, sem previsão de ressarcimento completo.

 

 

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